Idosa e filho foram mortos por parentes endividados com agiota, diz polícia

 Familiares cometeram o crime com o objetivo de conseguir dinheiro para pagar uma dívida com um agiota


A idosa Sebastiana Aparecida Barbosa, de 85 anos, (à esqueda); e o filho dela, o auditor fiscal Carlos Alberto Barbosa, de 64 anos, foram assassinados em Goiânia (Foto: Divulgação – PC)

As Polícias Civis de Goiás e de Minas Gerais atuam juntas para desvendar a morte da idosa Sebastiana Aparecida Barbosa, de 85 anos, e do filho dela, Carlos Alberto Barbosa, 64. Segundo as investigações, tanto a idosa como o filho dela foram dopados, agredidos, extorquidos e mortos por parentes de MG. Ao que tudo indica, os familiares cometeram o crime com o objetivo de conseguir dinheiro para pagar uma dívida com um agiota.Até o momento, foram presos: Luciene Teodoro de Andrade, sobrinha da idosa assassinada; José Eterno de Andrade Filho, marido de Luciene; e Eduardo José de Andrade, filho do casal. O Mais Goiás não localizou a defesa de nenhum dos três. Mas o espaço segue aberto para manifestação.

O delegado Rhaniel Almeida explica que Sebastiana era tia de Luciene. A idosa recebeu a sobrinha em casa pensando que se tratava de uma visita normal, no dia 15 de janeiro, já que essa era a data de seu aniversário. Câmeras de segurança do prédio onde a idosa morava com o filho, no setor Central de Goiânia, mostram a chegada dos parentes mineiros.

Entretanto, o clima agradável não durou muito tempo. A polícia afirma que logo após a chegada da família, os três suspeitos presos mantiveram as vítimas em cárcere privado para extorqui-los. Carlos ficou preso em um dos cômodos da casa, recebendo comida e água. Já Sebastiana, que era cadeirante, seguiu no quarto dela.

Segundo a PC-GO, as vítimas foram dopadas o dia inteiro para não fazerem barulho em casa. Ao fim da empreitada, carro, joias e dinheiro foram roubados.

O crime

No dia 19 de janeiro, às 2h44 da manhã, câmeras de segurança do prédio registraram o momento em que Luciene e Eduardo levam o corpo de Carlos através de uma cadeira de rodas. A polícia afirma que a vítima já estiva morta neste momento.

O corpo de Carlos foi encontrado carbonizado e abandonado em um canavial em Ituiutaba, em Minas Gerais.

Depois de ocultarem o corpo de Carlos, os suspeitos voltaram para Goiás e mantiveram Sebastiana como refém. A idosa acabou sendo morta no apartamento, no dia 26 de janeiro, de acordo com a PC-GO. Naquela madrugada, Luciene e o filho carregaram o corpo da idosa. O horário era considerado “discreto”, segundo a polícia.

 

Na sequência, a dupla colocou Sebastiana dentro do carro e partiu novamente em direção a Minas Gerais. No caminho, em Professor Jamil, o carro saiu da pista. Com isso, eles abandonaram o corpo no mato e seguiram viagem.

Algumas horas depois, a polícia encontrou o corpo da idosa com marcas de violência às margens da BR-153. Após a identificação do cadáver, a polícia foi até a casa da vítima e encontrou o José Eterno. Luciene e o filho também foram presos com o carro das vítimas, mas em Minas Gerais.

Depoimentos

Em depoimento à polícia de Goiás, José Eterno disse que o crime foi planejado por sua esposa, Luciene, para que conseguissem dinheiro para pagar agiotas. O filho do casal, Eduardo José, também é investigado por ter participado da morte.

 

A Polícia Civil prendeu José Eterno de Andrade Filho suspeito de duplo latrocínio e ocultação de cadáver (Foto: Divulgação – PC)

José Eterno também afirmou que as vítimas morreram em decorrência da alta dosagem de calmantes. Segundo investigado, não houve agressão física. Entretanto, o corpo de Sebastiana foi encontrado com marcas de agressão no rosto e de asfixia. Por esse motivo, o delegado informou que o Instituto Médico Legal irá investigar as causas das mortes.

Há ainda a suspeita de participação de uma quarta pessoa, que aparece nos vídeos de segurança do prédio. O quarto envolvido é um homem de jaqueta preta, que ajuda na retirada de Carlos de dentro do apartamento.

Contradições

O delegado de Goiás disse também que os depoimentos dos presos em MG e GO se desencontram. Isso porque, Luciene e Eduardo afirmam que as vítimas foram retiradas do apartamento enquanto estavam vivas. Porém, José Eterno afirma que eles já estavam mortos.

Trio pode ter matado outra pessoa da família

O trio também está sendo investigado pela morte de Renata Ferreira Sampaio, de 50 anos. A mulher está desaparecida desde outubro de 2022, na cidade de Prata (MG).

José Eterno confessou que a mulher foi morta e esquartejada. O corpo dela nunca foi encontrado.

  

Fonte: Mais Goiás

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