Operação prende três e bloqueia R$ 10 milhões de empresa supostamente ligada a irmão de ex-secretário

 Eles são investigados por falsidade ideológica, uso de documento falso, organização criminosa e lavagem de capitais


Mais Goiás – Por Eduardo Pinheiro

 

Detido pela Polícia Civil durante operação em Goiás (Foto: Jucimar Sousa – Mais Goiás)

Operação da Polícia Civil de Goiás, realizada na manhã desta quinta-feira (26), prendeu 3 investigados em fraude na prestação de serviços médicos em hospitais de Goiás. Entre os detidos estão Daniel Alexandrino, irmão do ex-secretário de Saúde do Estado, Ismael Alexandrino.

Ao todo, os policiais cumpriram 20 mandados judiciais, 3 de prisão, 17 de busca e apreensão, além de bloqueio de aproximadamente R$ 10 milhões. Eles são investigados por falsidade ideológica, uso de documento falso, organização criminosa e lavagem de capitais. Entre o material apreendido está o celular do ex-secretário.

Ismael Alexandrino, entretanto, não foi alvo da operação. Mas pode ter influenciado nas subcontratações sob suspeita.

De acordo com o delegado Francisco Lipari, há indícios de irregularidades na execução de contrato da Organização Social IBGC, com subcontratação da empresa Amme Saúde, em 11 contratos de prestação na policlínica da Cidade de Goiás, São Luiz de Montes e no Hospital Estadual de Itumbiara.

“As investigações mostraram indícios de direcionamento desses contratos à empresa Amme. Também há indícios de que essa empresa estaria registrada em nome de pessoas que não seriam os reais proprietários da empresa, mas de outro investigado que teria vínculo de parentesco com ex-secretário de Saúde, o qual poderia ter influência na subcontratação”, explica o delegado.

O delegado ainda diz que não há, por parte da Polícia Civil, investigação de peculato — desvio de recursos públicos —, pois se trata de uma atribuição da Polícia Federal. No entanto, as investigações levantaram que os contratos sob suspeita chegam a valores próximos a R$ 10 milhões.

 “Uma vez que se trata de fruto de uma simulação de um processo de seleção, isso seria de fato o produto de crime, que foi repassado a essa empresa e que possivelmente foi distribuído entre os envolvidos”, aponta.

A prisão dos envolvidos tem o prazo de 5 dias, prorrogáveis por mais 5. As investigações tiveram início em quatro meses e ainda estão em fase preliminar. Durante a operação, os policiais apreenderam diversos materiais que serão analisados.

Reposta

Em nota, a defesa do ex-secretário Ismael Alexandrino aponta que está colaborando com as autoridades na referida investigação, inclusive ao fornecer a senha de seu aparelho de telefone celular. A defesa diz que, durante a sua gestão à frente da Secretaria Estadual de Saúde, Ismael sempre garantiu total transparência e lisura em todos os processos da Pasta.

“Tal fato fez com que a SES atingisse 100% de pontuação no Goiás Mais Transparente 2022, permanecendo com o Selo de Ouro da premiação, segundo a Controladoria Geral do Estado (CGE) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE)”, diz a nota.

Além disso, a defesa aponta que requererá acesso aos autos para verificar possíveis nulidades como a ausência de contemporaneidade para o ato e a usurpação de competência da Justiça Federal e do Supremo Tribunal Federal. Por fim, esclarece que o ex-secretário de Saúde continuará à disposição

das autoridades para eventuais esclarecimentos que se fizerem necessários.

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