Mulher se arrependeu de entregar bebê para doação em GO, diz polícia
Mãe da bebê já tem outra filha e alegou não ter condições de criar mais uma criança; casal que registrou a menina foi preso
Goiânia – Depois de trocar de documentos com uma casal para o registro da filha, a mãe disse que se arrependeu no momento de entregar a bebê, segundo a Polícia Civil de Goiás (PCGO). De acordo com a investigação, a mulher faria uma doação da recém-nascida para o casal, que foi detido ao se passar por pais da menina em um cartório de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital goiana.
O casal, que não teve a identidade revelada, ficou em silêncio durante o depoimento. Já a mãe da criança informou que queria que a adoção fosse regularizada. No entanto, não entendia da lei. À corporação, a mãe disse que se arrependeu no momento de entregar a criança e quis ficar com ela.
À polícia, a mãe da bebê disse que conhecia a mulher que registrou a filha, mas não houve uma explicação sobre a relação delas. A mulher informou ainda que tem outra filha e alegou que não tem condições de criar um nova criança. Ainda de acordo com a corporação, a mãe manifestou a intenção de interromper a gravidez, mas houve o interesse do casal em pegar a criança.
Conforme apurado pela polícia, no último exame do pré-natal a mãe chegou a apresentar o documento de identidade da mulher que foi presa, se passando por ela. Ainda de acordo com a PCGO, não ficou esclarecido se houve algum beneficiamento na doação do bebê.
Troca de documentos
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde de Aparecida informou que a mulher chegou à Maternidade Marlene Teixeira já em trabalho de parto e sem os documentos pessoais. A maternidade completou que, após o parto, a equipe médica percebeu divergências nas informações prestadas pela paciente e por sua acompanhante e acionou a polícia.
Segundo a delegada responsável pelo caso, Bruna Coelho, houve uma troca de documentos para que uma se passasse pela outra.
De acordo com ela, o casal levou ao cartório o documento do nascido vivo que o hospital emite, em que já sairia o nome de quem faria o registro. Ainda conforme a explicação da polícia, a mãe biológica não soube dizer se deu ou não a autorização para a ação.
Crime
A polícia apura se houve algum beneficiamento ou vantagem econômica para que a mãe entregasse a bebê ou ainda se seria apenas uma entrega para adoção. Conforme a investigadora, a polícia vai apurar qual foi o tipo de transação feita.
Ainda segundo Bruna Coelho, a recém-nascida foi encaminhada para o Conselho Tutelar e vai ficar em um abrigo até o juiz decidir se a mãe tem condições de ter a guarda.
Se condenado, o casal pode responder por registrar o filho de outra pessoa como seu, com pena de até 6 anos, e falsidade ideológica, com pena de até 5 anos. Além disso, se confirmado que a mãe foi beneficiada com a entrega da bebê, tanto ela quanto o casal podem ter pena de até 4 anos, segundo a delegada.