Assassino confesso de Luana foi absolvido por estupro em 2017 após vítima não ser encontrada

 Embora a vítima houvesse prestado depoimento à polícia contra Reidimar e perícias reforçassem a acusação contra ele, o homem foi absolvido porque a adolescente não foi encontrada


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Reidimar Silva, de 31 anos, é investigado pela morte da estudante Luana Alves, em Goiânia (Foto: Divulgação – PC)

O ajudante de pedreiro Reidimar Silva Santos, que confessou ter matado e abusado sexualmente a estudante Luana Marcelo Alves, de 12 anos, já foi absolvido de uma acusação de estupro contra uma adolescente de 15 anos, em 2017, também no setor Madre Germana II, em Goiânia. Embora a vítima houvesse prestado depoimento à polícia contra Reidimar e perícias reforçassem a acusação contra ele, o homem foi absolvido porque a adolescente não foi encontrada e, por isso, não pode ser notificada, para participar do julgamento.

Segundo o processo, ao qual o jornal O Popular teve acesso, sem o depoimento da vítima e da mãe dela, o juiz acatou o posicionamento da Defensoria Pública do Estado de Goiás, que cuidava da defesa do suspeito. Na época, Reidimar tinha 24 anos. Atualmente ele tem 31.

Reidimar foi indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo Ministério Público de Goiás por estupro cometido contra a jovem de 15 anos. Em 18 de janeiro de 2015, ele teria abordado a garota quando ela voltava de uma distribuidora de bebidas a pé com amigas. O suspeito estava de bicicleta e teria usado uma faca para obrigá-la a ter relações sexuais com ele uma casa abandonada na rua em que a vítima morava.

Absolvição de assassino confesso de Luana em 2017

Na sentença que absolveu Reidimar pela acusação de estupro, o juiz João Divino Moreira Silvério Sousa, citou mais de uma vez que a ausência da vítima na audiência judicial atrapalhou sua decisão, pois dúvidas que surgiram nas apresentações feitas pela acusação e defesa não foram esclarecidas.

A família da adolescente se mudou para outro bairro na mesma semana que a jovem denunciou Reidimar.

“As provas constantes nos autos não infundem certeza para o decreto condenatório em desfavor do acusado. (…) Assim, diante da fragilidade das provas carreadas para o feito, a absolvição do acusado se impõe, vez que, em caso de dúvidas sobre a existência do crime, há de se decidir a favor do acusado”, escreveu o juiz em sua decisão.

Diferentes versões

Em depoimento prestado para a Polícia Civil, a adolescente contou que foi agredida por Reidimar, chegou a desmaiar dentro da casa abandonada e que ele a teria ameaçado de morte várias vezes. Ela narra que em determinado momento, o servente de pedreiro parecia estar sob efeito de drogas e que se afastou dela pedindo perdão e dizendo que estava “fora de si”. Mas que logo depois, voltou-se contra ela e tentou mata-la estrangulada, mas a jovem mordeu a mão do agressor e conseguiu gritar por socorro.

Ainda durante seu depoimento, a jovem contou que Reidimar fugiu ao ouvi-la gritar, pois vizinhos foram para a rua, assustados. Mas ela permaneceu no interior do imóvel, pois estava em choque. Com isso, o servente teria voltado minutos depois para pegar o celular, fato que a fez correr para fora da casa ainda nua e novamente gritando por socorro. Neste momento, os vizinhos novamente apareceram e imobilizaram Reidimar, mas o soltaram após ele alegar que a jovem estava drogada e que a relação sexual havia sido consentida.

Depois disso, Reidimar só voltou a ser localizado quando teve a prisão preventiva decretada e a Justiça descobriu que já estava detido no semiaberto por causa de um roubo.

Versão de Reidimar

Ao ser interrogado pela Justiça, Reidimar disse que a relação sexual foi consentida e que aquela teria sido a segunda vez que ficou com a adolescente. Ainda segundo ele, ambos estavam sob efeito de álcool e drogas naquela noite, e estavam na mesma distribuidora cada um com seus amigos, mas que na hora de irem embora caminharam juntos pela rua, momento em que ela o teria chamado para a casa abandonada.

Para o homem, ou a jovem surtou por estar sob efeito de drogas ou o efeito do entorpecente passou e ela se arrependeu, por isso os gritos e o pedido de socorro.

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