ESTUDO FORNECE A PRIMEIRA PROVA DA LIGAÇÃO ENTRE PLÁSTICO E AUTISMO 

ESTUDO FORNECE A PRIMEIRA PROVA DA LIGAÇÃO ENTRE PLÁSTICO E AUTISMO 

ESTUDO FORNECE A PRIMEIRA PROVA DA LIGAÇÃO ENTRE PLÁSTICO E AUTISMO

 

 

Pesquisadores apontam para o poder tóxico do bisfenol a (BPA) que pode ter implicação no autismo e TDAH

Por Silvia Melo em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica – CRMGO 33271)

 

A incidência de autismo (transtorno do espectro autista – TEA) e TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade) aumentou muito nas últimas décadas. As razões são amplamente desconhecidas, embora se acredite que fatores ambientais sejam importantes. E agora, um estudo indicou que a exposição ao plástico pode ser um das causas.

 

O estudo publicado em 2023 no periódico de acesso público PLOS ONE apontou que crianças com autismo e TDAH geralmente têm uma capacidade reduzida de eliminar o aditivo plástico comum, o bisfenol A (BPA), de seus corpos, aumentando assim sua exposição ao componente.

 

Após o BPA ser ingerido ou inalado, ele é filtrado do sangue no fígado por meio de um processo chamado glucuronidação. Glucuronidação é o processo de adicionar uma molécula de açúcar a uma toxina. Isso torna a toxina solúvel em água, permitindo que ela saia rapidamente do corpo pela urina.

 

Autismo em meninos está relacionado à exposição ao plástico

Os humanos mostram variabilidade genética em sua capacidade de desintoxicar BPA. Indivíduos geneticamente suscetíveis têm mais dificuldade em desintoxicar seu sangue por meio desse processo, o que significa que seus tecidos são expostos a BPA em concentrações mais altas por períodos de tempo mais longos.

 

Crianças com autismo e TDAH geralmente têm uma capacidade reduzida de eliminar plástico comum, o bisfenol A (BPA), de seus corpos, aumentando assim sua exposição ao componente

Crianças com autismo e TDAH geralmente têm uma capacidade reduzida de eliminar plástico comum, o bisfenol A (BPA), de seus corpos, aumentando assim sua exposição ao componente – jmalov/istock

O estudo mostrou que, para uma proporção significativa de crianças com autismo, a capacidade de adicionar a molécula de glicose ao BPA é cerca de 10% menor do que a das crianças sem autismo.

 

Para os pesquisadores, essa capacidade comprometida de limpar tais poluentes ambientais do corpo é “a primeira evidência bioquímica sólida de qual é a ligação entre o BPA e o desenvolvimento do autismo ou TDAH”.

 

A ligação entre a desintoxicação do BPA, o autismo e o TDAH

A este estudo se atribui a primeira prova concreta da ligação entre a exposição ao BPA e o desenvolvimento de autismo e TDAH, conforme explica T. Peter Stein, autor principal da pesquisa e professor da Rowan-Virtua School of Osteopathic Medicine. “Ficamos surpresos ao descobrir que o TDAH apresenta o mesmo defeito na desintoxicação do BPA”, disse.

 

Stein alerta, no entanto, que mais pesquisas são necessárias: pode ser que o autismo e o TDAH se desenvolvam ainda no útero, por meio do aumento da exposição da mãe, ou em algum momento após o nascimento da criança.

 

O especialista também lembra que é provável que existam outros fatores, além da exposição ao BPA, envolvidos no desenvolvimento destes transtornos.

 

Onde encontramos o BPA?

BPA está presente em plásticos de policarbonato. É matéria prima para a fabricação de garrafas de água reutilizáveis, recipientes de armazenamento de alimentos e outras embalagens plásticas.

 

Ele também compõe resinas epóxi que revestem o interior de latas de alimentos e bebidas para evitar a corrosão.

 

Antigamente, o BPA era comum em mamadeiras e copos para bebês, mas muitos países agora restringem ou proíbem o uso de BPA nesses produtos devido a preocupações com a saúde.

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