Lula: “Exército de Caxias foi transformado no Exército de Bolsonaro”

 Segundo Lula, governo tem mapeado ocupação de militares na esfera federal. Desde o início do ano, mais de 80 militares foram dispensados


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (7/2) que o “Exército de Caxias”, em referência a Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro, foi transformado no “Exército de Bolsonaro”.

Durante café da manhã com canais de mídia, no Palácio do Planalto, Lula ressaltou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou, durante o seu governo, as Forças Armadas em favor próprio. Segundo o petista, o atual comandante do Exército, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, tem se esforçado em fazer com que os militares “não sejam política”.

“Quando ele [Bolsonaro] virou presidente, explodiu tudo: colocou em prática uma insanidade jamais conhecida por alguém, tentando utilizar as Forças Armadas, que são representadas por todo o povo brasileiro, para ele”, afirmou Lula.

Mapeamento de militares

A jornalistas, o presidente disse que as gestões petistas nunca tiveram problemas com as Forças Armadas. Segundo ele, o governo tem feito um mapeamento da ocupação de militares na esfera federal, pois, conforme explicou, não há necessidade de o Palácio do Planalto e o Palácio da Alvorada, por exemplo, estarem “cheios de militares”.

“O que aconteceu com o Bolsonaro foi desvio de comportamento de um presidente da República que resolveu ocupar todos os cargos públicos da sociedade civil com militares. Não é que você não quer que um militar trabalhe no governo. Ele pode trabalhar por competência, se for concursado. O Palácio do Planalto estava cheio de militares, e ainda tem muitos. O Alvorada estava cheio de militares. Não precisa, nunca precisou disso”, declarou Lula.

Desde o início do governo, o Palácio do Planalto dispensou mais de 80 militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. Eles eram de patentes mais baixas, como soldados, cabos e sargentos.

A maioria dos integrantes do GSI é formada por militares das Forças Armadas, que devem voltar para suas funções. Na Presidência, eles ficam responsáveis pelo esquema de segurança de autoridades e pelo resguardo dos palácios.

O movimento de baixa dos militares feito pelo governo foi intensificado após os atos golpistas de 8 de janeiro, quando bolsonaristas golpistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

A Procuradoria de Justiça Militar em Brasília tem ao menos seis processos em aberto para apurar o envolvimento de militares nos atos terroristas.

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