Lula fala sobre países devedores do BNDES: “Eles vão pagar”

Em seu discurso, Lula ainda disse que Bolsonaro cortou relação com países devedores do BNDES para não cobrar dívida e acusá-los de calote

Durante a posse de Aloizio Mercadante como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na manhã desta segunda-feira (6/2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que países que têm débitos com a empresa pública “pagarão suas dívidas”, porque são todos “amigos do Brasil”.

Sem citar nomes em seu discurso, Lula comentava um argumento frequentemente usado pela militância do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha eleitoral, em 2022: os empréstimos e financiamentos concedidos pela estatal durante os governos petistas anteriores.

 “Outra mentira era que o BNDES ficava emprestando dinheiro para outros países. O BNDES nunca deu dinheiro para país amigo do governo. O banco financiou serviço de engenharia de empresas brasileiras e nada menos que 15 países da América Latina, do Caribe, entre 1998 e 2017. O que é importante agora, em uma matéria publicada pelo jornal Valor. ‘De um total de R$ 10,5 bilhões financiados, o BNDES já recebeu R$ 12,8 bilhões’; assim, todos os contratos em atraso foram cobertos por garantia, mas o fato é que essas operações deram lucro e geraram emprego no Brasil”, argumentou Lula.

Em seu discurso, Lula ainda disse que Bolsonaro cortou relação com os países devedores do BNDES, justamente para não cobrá-los, e, com isso, acusá-los.

“Os países que não pagaram, seja Cuba, seja Venezuela, o fizeram porque o presidente [Bolsonaro] resolveu cortar relação internacional com esses países e, para não cobrar, para ficar os acusando, deixou de cobrar. Eu tenho certeza de que, no nosso governo, eles vão pagar, porque são todos países amigos do Brasil e certamente pagarão a dívida que têm com o BNDES”, garantiu Lula.

Veja:

Lula ainda declarou que, nos últimos quatro anos, período em que Bolsonaro governou, o BNDES foi “vítima de um processo de difamação muito grave”. “Eu não poderia de deixar de vir aqui lembrar a vocês que esse banco foi vítima de difamação muito grave durante o último processo eleitoral. Nós vivemos um momento, no Brasil, em que as narrativas, mesmo que mentirosas, valem mais que muitas verdades ditas muitas vezes”, afirmou Lula.

“De tanto se martelar isso na cabeça das pessoas, o banco teve que gastar R$ 48 milhões em uma auditoria internacional em 2020. O resultado, para a decepção dos caluniadores, foi que nada foi encontrado de irregular nas operações, porque todas foram contratadas com critério e garantias firmes, sob o controle de dirigentes sérios e um corpo técnico altamente qualificado”, defendeu o presidente.

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