A Amazônia ocupa quase 50% do território nacional. A maior parte da formação florestal do bioma é de terras baixas: florestas úmidas, com chuvas o ano todo, e florestas estacionais, nas quais falta umidade em um período do ano. A posição geográfica ao longo do Equador faz com que a Amazônia possua altas temperaturas, pela proximidade do Sol, mas com um clima úmido com chuvas concentradas.
A maior biodiversidade do mundo!
Vitória régia. Foto: Ana Cotto, 2008. Publicada sob uma licença Creative Commons (Atribuição 2.0 Genérica: Você deve dar crédito ao autor original, da forma especificada pelo autor ou licenciante). A região possui árvores de médio e grande porte, algumas podendo chegar a até 50 metros de altura! A floresta tem grande quantidade de cipós, bromélias e orquídeas, alem de uma das maiores plantas aquáticas do mundo planeta, a vitória régia. Dentre as diversas espécies de plantas encontra-se o jenipapo e o urucum. Por soltarem uma tinta preta e vermelha, respectivamente, eles são muito usados para as pinturas corporais indígenas. A Amazônia abriga a maior rede de rios e cursos d’água do planeta, representando cerca de 1/5 do volume de água doce do mundo! Os povos do Noroeste Amazônico Os povos de línguas Tukano e Arúak vivem principalmente nas margens dos grandes e pequenos rios, próximos da Colômbia, e são ótimos pescadores e agricultores. Dentro do bioma a canoa é seu principal meio de transporte. Crianças tuyuka. Foto: Aloisio Cabalzar, 2002. Essa região do Noroeste da Amazônia é habitada há pelo menos dois mil anos por 20 povos que falam idiomas pertencentes a três famílias linguísticas: Aruak, Maku e Tukano. Eles somam mais de 26 mil pessoas, em 538 povoados! Para os povos Tukano, o rio é a principal referência espacial, via de deslocamento e comunicação regional. Já os povos conhecidos Maku – os Dow, Hupda, Yuhupde, Nadöb – vivem em áreas mais interiores, próximas aos pequenos rios, chamados de igarapés. Eles costumam andar muito pelo seu território e por isso conhecem como ninguém a floresta e seus caminhos, explorando seus recursos, como frutos silvestres e insetos. Além disso, são ótimos caçadores. As trocas de produtos realizadas por esses grupos dependem dos ciclos de reprodução das plantas e da quantidade das espécies de peixes e animais que existam em cada estação. Para os índios do rio Uaupés é muito importante que esses ciclos de reprodução sejam respeitados. Eles encontram nos rituais praticados uma forma de manter o equilíbrio da natureza, pois esses rituais contribuem para que as plantas e os animais continuem existindo e se reproduzindo. A agricultura local O modo de cultivar praticado pelos povos do rio Uaupés é bem diferente do da agricultura moderna. Enquanto esta escolhe produzir apenas uma espécie de planta, o que acaba tornando o solo pobre de nutrientes e ocasiona excesso de um produto e escassez de outros, as roças indígenas produzem vários tipos de espécies: diferentes tipos de milho, de mandioca, de batata, de amendoim, de banana etc. A diversidade das espécies numa mesma região tem um valor muito grande para esses povos. Ela faz parte de seus mitos, ou seja, das histórias antigas que contam como cada grupo começou a desenvolver o cultivo das plantas relacionando a natureza com elementos centrais da sua cultura. Fruto da palmeira Pupunha. Foto: Rachel Lange Alguns lugares importantes As capoeiras são o habitat preferido de pequenos animais apreciados pelos índios, como as cutias, e são ricas em plantas medicinais. Essas áreas também são valorizadas porque nelas existem espécies cultivadas que dão frutos por muitos anos, como a pupunha, o buriti e o caju. Os igapós também são lugares importantes. Essas áreas da floresta ficam inundadas quase sempre, e é nesses locais que, os peixes desovam e por isso são bem preservados pelos índios. Áreas de igapós são também ricas em cipós e seringa. Os conhecimentos e as técnicas utilizados pelas populações indígenas foram desenvolvidos ao longo de séculos de ocupação e experiência nessa região. Esse acúmulo de conhecimento é muito importante para criar formas de lidar com os ambientes, sem degradá-los e empobrecê-los. É por isso que os indígenas conseguem manter o equilíbrio ecológico nos ambientes em que vivem. Fonte: https://mirim.org/