Mais Médicos: Saúde vai acelerar recrutamento para terras indígenas

 Medida busca sanar desassistência em saúde. Distrito Sanitário Indígena Yanomami tem apenas 5% das vagas ocupadas por esses profissionais


Com a grave crise de saúde encontrada em território Yanomami, o Ministério da Saúde estuda acelerar um edital do Programa Mais Médicos, para recrutar profissionais, formados no Brasil e no exterior, para atuar nos Distritos Sanitários Indígenas (Dsei) de maneira permanente.

A medida é uma das ações da Sala de Situação, criada nessa sexta-feira (20/1) para apoiar ações de enfrentamento à desassistência sanitária dos povos indígenas que vivem no território Yanomami.

“Tínhamos um edital só para brasileiros. Em seguida, faríamos um para brasileiros formados no exterior e, depois, para estrangeiros. Frente à necessidade de levarmos assistência à população dos distritos indígenas, especialmente aos Yanomami, queremos fazer um edital em que todos se inscrevam de uma única vez”, explicou o secretário de Atenção Primária à Saúde, Nésio Fernandes.

Com o edital único, quando se esgotarem as vagas para brasileiros, as remanescentes irão automaticamente para aqueles formados no exterior, segundo o secretário. Caso a vacância persista, as vagas se destinarão a estrangeiros que queiram participar.

A Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps) quer garantir recursos para um edital em andamento, com 77 médicos alocados nos Dsei.

O Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami é um dos que mais carece de profissionais entre os territórios, com apenas 5% das vagas ocupadas por médicos. Por isso, a necessidade do novo edital, que será formulado nesta semana.

Objetivo

O Programa Mais Médicos (PMM) é parte de um amplo esforço do governo federal, com apoio de estados e municípios, para melhorar o atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Além de levar mais médicos para regiões onde há escassez ou ausência desses profissionais, o programa prevê, ainda, mais investimentos para construção, reforma e ampliação de Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

Estado grave de saúde

Desde a última segunda-feira (16/1), equipes do Ministério da Saúde se encontram na região Yanomami, território indígena com mais de 30 mil habitantes.

O grupo se deparou com crianças e idosos em estado grave de saúde, com desnutrição acentuada, além de muitos casos de malária, infecção respiratória aguda (IRA) e outras doenças.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, explicou que a situação no território é semelhante à de uma epidemia.

“Definimos que essa situação é uma emergência sanitária, de importância nacional, semelhante a uma epidemia. É isso que precisa ficar claro. Significa que a missão do SUS, com a Funai [Fundação Nacional dos Povos Indígenas] e vários eixos, é trabalhar pra fazer primeiro o diagnóstico da situação”, afirmou.

Na região, os indígenas serão assistidos por ações do protocolo de abordagem para desnutrição aguda, inclusive com acompanhamento de pessoas em recuperação.

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